Lojas têm perspectiva de lucros de 15% em média neste ano
A Associação Brasileira de Shoppings Centers (Abrasce) aponta, em pesquisa realizada, que as vendas de lojas no Brasil aumentarão em 15% no mês de dezembro em relação ao ano de 2009. Tal aumento se deve ao período de Natal onde sempre ocorre este crescimento de compras. Na cidade de Maringá, os vendedores têm uma expectativa de aumento de 20% nas vendas em relação ao ano anterior, segundo entrevistas.
A proprietária da loja Terramãe, Nice A., afirmou que a partir do início do mês de dezembro até o Natal as vendas aumentam em 20% em sua loja, e que há reposição de estoque para suprir a demanda neste período. "Fazemos promoções especiais para que também haja um maior número de compras por esse motivo", explica a dona da loja. Segunda ela, também é natural que a procura por produtos cresça por ser comum a troca de presentes no fim do ano.
No período de Natal as lojas da cidade sempre fazem promoções especiais para atrair mais clientes para as compras e um grande aumento de produtos em estoque para atender o público.
Segundo o vendedor Hélio Soares,33, da loja 775, o volume de vendas é ainda maior depois do período, quando os lojistas realizam as "queimas de estoque" e os produtos ficam com preços ainda mais em conta. Isso é reflexo do período de Natal, no qual muitas pessoas deixam para comprar presentes mais tarde a fim de economizar.
Um outro fator que tem grande influência para o crescimento do índice de compras é o recebimento do décimo terceiro salário no fim do ano que facilita o pagamento das contas costumeiras e acresce às compras que podem ser feitas para os presentes de Natal. Não só estes são preocupações do que se comprar, mas itens de decoração natalina e outros artigos típicos da época.
O índice de empregos temporários no final do ano também é um fator relevante para o aumentar o número de compras do período de Natal. Só em Maringá, mais de mil pessoas serão contratadas para esse tipo de trabalho - segundo Vinícius Carvalho do jornal O Diário do Norte do Paraná, aumentando assim, a renda de pessoas que também comprarão mais no período.
“O emprego temporário foi uma forma de pagar as minhas contas e principalmente comprar os presentes para meus familiares”, diz Mariana Augusta, ex-vendedora da loja Casas Gaúcha, onde trabalhou temporariamente no período de Natal no ano de 2009.
“Foi justamente pensando em poder comprar mais coisas para oferecer de Natal que pensei no emprego”, acrescenta.
Mais empregos geram mais compras, que geram mais renda para comprar e assim esse giro do comércio traz grande movimento para a economia.
A época natalina propicia também grande investimento na publicidade do comércio, gerando assim, lucro para diversos setores empresariais. Este ciclo faz com que seja possível gastar um pouco mais nas festas de fim de ano, por se ter mais empregos e maior ganho nesses diferentes setores, o que mostra que o aumento no movimento do comércio no período do Natal não se justifica apenas pela compra de presentes de fim de ano.
Para a recepcionista Rosângela Belizário, 33, no mês de dezembro os donos de lojas facilitam muito a realização de compras para o Natal. “Com as promoções dessa época não é difícil comprar até além do que se pode.”, confessa.
Os enfeites têm também muita procura, e há sempre gastos direcionados para sua compra. Segundo o jornal O Diário do Norte do Paraná, a prefeitura de Maringá este ano gastará R$ 249,9 mil em mangueiras luminosas para a decoração da Catedral Nossa Senhora da Glória. E não só a decoração da cidade tem peso na venda de artigos natalinos, as pessoas também os procuram para enfeitar suas casas e empresas. “Não deixo de enfeitar, pelo menos minimamente, meu salão todo ano”, afirma Rose Dias, do salão de beleza Classic.
A época de Natal gera grande fonte de renda e lucro, aumenta a produção de mercadorias e beneficia diversos setores do comércio que se beneficiam com as compras e a publicidade demandada pela data. Apesar de ser somente no fim do ano, a data é muito especial para todos, ainda que indiretamente.
Por Elizabeth Pinheiro
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